Correios reajustam tarifa de Sedex e PAC e empresas de comércio eletrônico lançam protesto nas redes sociais
Reajustes para envio de encomendas
variam entre 8% e 51% e devem ser repassados ao consumidor.
Apartir
do dia 6 de março, as tarifas dos serviços de Sedex e PAC para clientes de
contrato dos Correios serão reajustadas em todo o país.
A notícia foi recebida com protestos pelo
e-commerce. Mercado Livre e Netshoes lançaram a campanha #FreteAbusivoNão contra
o aumento da tarifa e questionam reajustes entre 8% e 51% nos serviços quando a
inflação anual ficou em torno de 3%.
Na página criada pelo Mercado Livre para
questionar o reajuste há uma tabela com os novos valores. Um frete de PAC de
Joinville (SC) para Fortaleza (CE), por exemplo, passa de R$ 54,02 para R$
81,51, um reajuste de 50,89%. Se for de São Paulo (SP) para Brasília (DF), o
valor sobe de R$ 14,10 para R$ 15,23, alta de 8%.
Leandro Soares é um dos diretores do Mercado Livre
e diz que o consumidor “não quer e não merece” pagar por um aumento tão grande.
“Existem diversas rotas entre cidades fora dos grandes centros que terão um
aumento de até 51% no valor do frete. A média de aumento será de 29% de acordo
com a tabela nova que recebemos dos Correios”.
A Netshoes também questiona a porcentagem do
reajuste e diz que os novos valores deve impactar negativamente nas vendas em
regiões periféricas. Graciela Kumruian, chefe de operações da empresa, diz que
eles esperam reduzir o impacto desse aumento para o consumidor, mas que será
inevitável repassar parte do reajuste aos clientes. “Caso esse reajuste seja
levado a diante, todos irão perder, inclusive os Correios, que optaram por uma
medida simplista e abusiva em vez de encontrar maneiras criativas de revigorar
o seu negócio”.
Questionado sobre os valores do reajuste, os
Correios responderam que "a Política Comercial dos Correios tem uma
estratégia de precificação que segue a lógica do mercado e, mesmo com os
aumentos de custos, a empresa busca o menor impacto possível nas praças mais
relevantes para o e-commerce brasileiro. O reajuste médio de 8% vale para a
maior parte dos envios atualmente realizados pelos Correios. Para alguns
trechos, onde a demanda é menor, e os custos, maiores, o preço dos serviços
reflete essa realidade".